A ler as aventuras e dizeres da vida de Buñuel:
"SE ME DISSESSEM: SOBRAM-TE VINTE ANOS DE VIDA, o que queres fazer nas vinte e quatro horas de cada um dos dias que tens para viver? respondia:peço duas horas de vida activa e vinte e duas de sonho, na condição de poder lembrar-me delas - porque o sonho só existe na memória que o afaga.
Adoro o sonho, mesmo quando os meus sonhos são pesadelos, o que acontece na maioria das vezes. Estão sempre pejados de obstáculos que conheço e reconheço. Mas é-me indiferente.
Este amor louco pelo sonho, pelo prazer de sonhar, totalmente desprovido de qualquer tentativa de explicação, é uma das inclinações profundas que me aproximaram do surrealismo.
Un Chien Andalou nasceu de um encontro de um dos meus sonhos com um sonho de Dalí.
Mais tarde, introduzi sonhos nos meus filmes tentando evitar o aspecto racional e explicativo que têm na maior parte do tempo. Disse um dia a um produtor mexicano que não apreciou muito a brincadeira:
"Se o filme fica curto acrescenta-lhe um sonho"
Diz-se que durante o sono o cérebro se protege do mundo exterior e que é muito menos sensivel aos ruidos, ao cheiro, á luz.
No entanto, por dentro parece ser bombardeado por uma autêntica tempestade de sonho que rebenta em ondas sucessivas. Milhões e milhões de imagens surgem assim cada noite, para se dissiparem no momento seguinte, envolvendo a terra num manto de sonhos perdidos.
Tudo, absolutamente tudo, foi imaginado nesta ou naquela noite, por este ou aquele cérebro, e foi esquecido."
E continue o mundo a dar-nos heróis...!
lindo!
ResponderEliminareu é que não concordo muito com a parte dos pesadelos... a mim também me acontece na maioria das vezes, mas eu não os adoro! Nada mesmo! lol
ResponderEliminarC